terça-feira, 20 de março de 2012

Escola Santa Teresinha dá lição de cidadania

Com 49 anos de história, escola vive um dos seus melhores momentos, com desenvolvimento de projetos em parceria com a comunidade

 Oração inicial, momento em que alunos e professores refletem 
sobre diversos assuntos do cotidiano

 Paulo Borges 

A devoção da primeira diretora foi responsável pelo nome da Escola Estadual Santa Teresinha, uma das mais tradicionais e queridas do Grande Boa Vista. No entanto, a história dessa escola não se resume a isso. Com 49 anos de história, a Santa Teresinha vive um momento diferente, um momento em que a integração – escola-aluno-família – começa a dar resultados positivos. Hoje, os cerca de 1.050 alunos aprendem muito mais do que fórmulas matemáticas e regras ortográficas. Dali, eles levam lições para vida inteira.
Marluce Teles, que há 13 anos exerce a função de supervisora pedagógica na escola, conta que o grande segredo para que as coisas deem certo é não desistir jamais. “Aqui, o trabalho é constante”, revela, com um largo sorriso no rosto e firmeza no olhar ao contar como a instituição vem conseguindo colocar em prática não só os ensinamentos didáticos, mas também exemplos de cidadania. “Faltava a escola fazer um trabalho corpo a corpo, para que pequenos problemas não tivessem efeitos de bola de neve, tomando proporções muito grandes. Além disso, não é um trabalho de alguém sozinho, é trabalho de equipe. Hoje, a escola pode atender os alunos e ajudá-los em suas necessidades pessoais”, diz, salientando que o comprometimento dos pais tem sido imprescindível. “Quando notamos algum problema com a criança, chamamos os pais para um bate papo. Enquanto eles não vem, o aluno não pode frequentar as aulas. Impomos algumas regras e elas estão sendo seguidas”, ressalta.
Durante a entrevista ao BOA VISTA EM FOCO, Marluce lembrou-se de momentos inusitados, como passeios em que vários alunos sequer conheciam a região central da cidade. “Alguns se sentiam intimidados a crescer, a conhecer lugares como teatros e cinemas. Hoje, vários professores tiram seu tempo livre para levar o aluno a um museu ou outro tipo de passeio. Desenvolvemos projetos que mostram a necessidade de se crescer cultural e intelectualmente”, revela.
Outra ação que deu certo tem a ver com civismo e com o respeito ao ambiente escolar. Diariamente, antes do início das aulas, todos – alunos e professores – se reúnem no pátio para uma oração inicial, quando é lida uma mensagem reflexiva. “Antes, alguns professores nem participavam. Hoje, já virou rotina. É um momento de agradecer, de resgatar valores que estão sendo perdidos”, conta, lembrando de outra ação que pode parecer simples, mas que tem dado bons frutos. “Todas as sextas-feiras tocamos o Hino Nacional. No início muitos reclamavam, abusavam e conversavam durante a execução do Hino. Hoje isso já não acontece. No ano passado, quando participamos dos jogos escolares do município, nossos alunos foram os únicos que se portaram adequadamente durante o Hino Nacional. Fomos muito elogiados e ficamos todos orgulhosos”, conta, emocionada e dando um recado a quem vive colocando dificuldades ao tentar fazer alguma coisa pela comunidade. “Não adianta ficar culpando prefeito, vereador ou outras pessoas. Temos de fazer a nossa parte”, conclui.

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