sábado, 31 de março de 2012

Muito Obrigado, Boa Vista!

Márcio Gennari Mariano *


A Vida das pessoas é cercada de inúmeras influências vindas do dia-a-dia de uma determinada comunidade que possui suas próprias características, seja por herança cultural, religiosidade, tipo de atividade econômica ou até mesmo por hábitos adquiridos no próprio ambiente em que todos estão inseridos.
O bairro Boa Vista não é um dos mais antigos de Uberaba, mas tem participação marcante nos 192 anos da história da cidade. Com certeza o progresso da cidade tem participação decisiva das pessoas deste bairro em vários setores. 
Um dos maiores empreendimentos industriais da cidade surgiu naquela região. Fundada em 1940, por Edgard Rodrigues da Cunha e seu pai, Gustavo Rodrigues da Cunha, a sociedade Produtos Ceres Ltda. era produtora de derivados de milho (farinha, ração balanceada e a renomada Fubaína). Segundo o advogado e historiador Guido Bilharinho, em 1952, Edgard a converteu em sociedade anônima e inaugurou, em 1956, “no meio de aplausos dos crentes e das decepções dos pessimistas”, a grande fábrica destinada à produção de óleos vegetais, impressionando a cidade.  Foi um marco na história de Uberaba. Com a cidade A cidade, até então voltada apenas para a Pecuária, onde o Zebu era a tônica dominante, Edgard conseguiu um financiamento com o Governo da França para a importação de duas super-prensas, as maiores da América do Sul.
Na década de 60, a indústria chegou a publicar anúncio, por meio de folheto, que dizia: “Aqui se fabricam os produtos que nos engrandecem”. Eram vários produtos fabricados, à época, com trezentos empregados, no contexto das indústrias congêneres então existentes no país chegou a se classificar no 4º lugar, vindo após Anderson Cleyton, Matarazzo e Sanbra, todas de São Paulo.
No local onde funcionou a Produtos Ceres ainda é possível visualizar algumas de suas chaminés, onde está atualmente o Condomínio Buena Vista.
Esta empresa é apenas um exemplo da origem dessa gente progressista do Alto Boa Vista, que integra uma das sete colinas da cidade, cuja população, em quantidade, já se iguala ao Alto da Abadia. No bairro também funcionou por muitos anos a única fábrica de papel existente na cidade, às margens do rio Uberaba. E está na mesma região a nossa fonte de água tratada com a captação e a própria estação de tratamento.
Também foi pelo Boa Vista que Uberaba viu chegar o transporte ferroviário, tendo abrigado a antiga e atual estações, inicialmente a Companhia Mogiana, passando pela FEPASA e hoje FCA. Foi por meio deste transporte que vimos vários uberabenses embarcando e forasteiros chegando para a construção desta terra de Major Eustáquio. 
Como uma mãe, o Boa Vista acolheu e mantém sob o seu manto inúmeras famílias vindas de cidades vizinhas, principalmente do Alto Paranaíba. 
Continuar falando da riqueza deste Alto, todo o espaço do Boa Vista em Foco que hoje passa a circular seria insuficiente, pois ainda temos importantes marcos, seja no desenvolvimento, na comunicação, na educação e no entretenimento. E isto é que faz a gente do Boa Vista ser diferente, livre das amarras da tradição e comprometida com o progresso da cidade. Por isto, Uberaba lhe deve um grande muito Obrigado!!!


(*) Jornalista – Editor chefe do Jornal da Manhã

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